Em apenas um ano, uma jovem paraense radicada em Manaus desde os sete anos, conseguiu andar na contramão da crise e se tornou a maior empresária do ramo de cintas modeladoras da região norte. Como conseguiu? Assim como todo empreendedor viu a oportunidade de mercado. Sheila Carvalho, 25 anos, mais conhecida como Sheila Cintas estava despontando no mercado feminino como a empresária revelação de 2017.

A crise de 2017 deixou além dos brasileiros, muitos manauenses em uma situação financeira complicada, mas para empreendedores a crise é favorável aos negócios. Em relação às mulheres neste mercado, segundo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas Sistema (SEBRAE) até janeiro 2018 são 43,861 empreendedores individuais em Manaus sendo que 20.202 são mulheres. Sheila Cintas faz parte desses números de mulheres que buscaram serem donas do seu próprio negócio. 

A febre das cintas modeladoras despertou em Sheila a oportunidade de abrir uma empresa. Depois de uma das famosas irmãs Kardashian publicar em rede social o uso da cinta, as brasileiras não perderam tempo e foi aí que a empresária começou a importar a mercadoria e revender para clientes em Manaus. E apenas com uma rede social e visão de marketing, logo gerou clientes e ficou conhecida na cidade.

"Eu sou mãe, queria tempo para meu filho e queria ter minha empresa. Trabalhei muito para os outros e quando vi o post da Kim comecei a vender. Eu sempre gostei de comunicação, tratar com o público e gerar relacionamento. Já tinha vendido de tudo, mas ainda não conseguia abrir meu próprio negócio. Peguei as cintas, comecei pela rede social, uma forma barata e fui envolvendo pessoas conhecidas na cidade, como as blogueiras. Então, tudo foi dando certo" explicou

Com tanta demanda no mercado, ela parou de importar os produtos e abriu a própria fábrica, empregando 15 pessoas diretamente e mais de 30 indiretamente. Possui revencedoras em todo Brasil e continua exportando para outros países via correio.

O empreendedorismo de Sheila ajuda a economia de diversas formas, inclusive a geração de empregos como o da costureira Maria Amélia Barbosa, 56 anos, que estava fora do mercado de trabalho há 10 anos. "Fiquei muito tempo fora do mercado formal, apenas em casa fazendo costuras e hoje agradeço a oportunidade. Apesar de estar em casa procurava algo fixo, carteira de trabalho assinada. Isso nos da segurança, ainda mais nos tempos de hoje'', Apontou

O principal público que adere às cintas é de mulheres, que de acordo com a empreendedora mais do que um produto, ajuda na autoestima feminina. ''Temos mulheres de todos os estilos e classes sociais, muitas são mães. E a maior felicidade é ver que consigo contribuir para a beleza daquela mulher. Ao por o produtor ela se sente bonita, atraente e poderosa'', descreveu. 

Quando questionada sobre o sucesso de vendas, ela diz que sem dúvida é a qualidade do produto. "Eu prezo por usar a melhor matéria-prima nas minhas cintas, como as barbatanas que vem dos Estados Unidos, o tecido, os colchetes, a finalização da peça com o controle de qualidade rigoroso. Nada sai daqui se a costura não estiver dentro dos padrões. Imagine a cliente estar na rua e ela se abrir? E outro diferencial, nós damos toda a assistência, se descosturar, sair colchetes, ou seja lá o que ocorra, fazemos tudo sem cobrar nenhum acréscimo'', afirmou. 

De acordo com a empresária, a peça pode durar até três anos, serve para modelar a cintura, pós-cirúrgico, ajuda na correção de postura e auxilia na prática de exercícios físicos.